Há algumas semanas atrás eu palestrei no BrazilJs, evento que se auto intitula a maior conferência de JavaScript do Universo e nessa edição superou o recorde mundial com 1.300 participantes presentes. Logo no meu primeiro Braziljs eu estava indo para palestrar na maior conferência de JavaScript do mundo, mas eu tinha uma missão pessoal muito maior.
Entenda como começou…
500 Days of Open Source
O engraçado da escolha da palestra foi a minha indecisão para submissão, queria falar de assuntos que eu gosto, como renderização no navegador ou nodejs. Mas meu coração queria falar algo muito além disso. Eu sempre fiz palestras técnicas e queria continuar fazendo apenas técnicas. Palestras que são feitas para pessoas, normalmente são as mais complicadas.
Larguei de mão o meu computador naquela tarde, sem decidir qual palestra eu iria enviar. Eu apenas não queria falar de contribuições feitas todo dia. Sempre achei loucura o que estava fazendo e não queria que outros fizessem a mesma coisa. O problema é que eu gosto de fazer loucuras.
Então surgiu a ideia mais louca possível a partir de uma brincadeira num bar aleatório: Pegar a minha história e misturar com a temática do meu filme favorito de comédia romântica. Logo na manhã do dia seguinte enviei a palestra (muito desacreditado) e ela passou semanas depois.
Não sabia o que fazer, não havia contado para ninguém e estava muito feliz porque tinha um feeling especial palestrar no BrazilJs. Decidi escolher JavaScript para trabalhar pois fui influenciado pelos vídeos das palestras do evento em 2014. Em especial ao trabalho que conheci da fundação jQuery por causa do @leobalter.Além dos artigos do @jeresig e do @millermedeiros (que também conheci pelo vídeo do evento).
Tinha uma missão: Resumir 500 dias em 30min e motivar o máximo de pessoas que eu pudesse. Aqui no Rio de Janeiro sempre fui de incentivar ao máximo as pessoas da comunidade em almoços, meetups e workshops. Meu pensamento é que desenvolvedores são iguais. Então quando eu vejo alguém falando que não consegue fazer algo porque não é como Paul Irish ou outro. Sempre falo que a única diferença entre Paul Irish e o meu amigo desenvolvedor é que Paul Irish corre(u) atrás para fazer.
Hoje eu sou desenvolvedor e aprendi as coisas que sei graças aos meus amigos da comunidade de Python que investiram um tempo em mim. Pararam para me ensinar sobre Software Livre e tecnologias em geral. A melhor coisa que aprendi com eles é que a comunidade está nas pessoas, naquele papo da tarde bebendo café de chinelo e bermuda, conversando sobre SSL, Reactjs ou da novela das oito.
Nota adicional: O mais legal da comunidade de Python no Brasil, é que boa parte dos devs são bem maduros, com anos e anos de quilometragem. Então quando você fala sobre qualquer coisa, eles retribuem com conselhos para o seu crescimento. Não existem críticas destrutivas. É uma comunidade que respeito muito.
Uma coisa eu sabia: A minha palestra ia ser feitas para pessoas.
Terminei os slides e apresentei a palestra para minha mãe. Queria que até o maior leigo entendesse que com motivação você pode chegar em qualquer lugar. O problema é que no coração das pessoas ter 500 dias de contribuição é querer se exibir, como se fosse algo para jogar na cara de outra pessoa. Na verdade como falei acima, penso que não existe motivo algum para um dev tentar se sobressair a outro, em hipotese alguma. Se não deixa de ser comunidade.
Nota pessoal: Na real eu também acho burrice ter 500 dias de contribuição hehe’
Subi no palco um dia antes de ser assaltado (o pior que me ajudou a não subir nervoso, pois já estava achando que não tinha mais nada a perder). Entreguei meu coração lá de verdade mesmo. Queria apenas contar minha história e o que aprendi, mas deixando claro para que não era legal e descolado o que eu havia feito. A vida é bem mais que escrever código todo dia.
No final senti que fiz a palestra para mim mesmo quando tinha 17 anos e saí da escola com medo do mundo. Achando que nunca poderia contribuir com algo incrível.
No final: EU CONSEGUI
Fez valer cada segundo as pessoas que foram até mim, mandaram email ou mensagem no facebook agradecendo. Onde me procuraram para falar que estavam “precisando de um tapa na cara” ou que estavam estagnados. Vocês fizeram valer a pena eu subir lá para dar a minha cara a tapa.
Mas foi bem mais que isso. Foi muito mais!
Uma das coisas mais incríveis do Braziljs foi a quantidade de pessoas que conheci e amizades que deixei por lá. Encontrei lá, por estas mesmas pessoas o objetivo e o caminho de onde eu quero chegar (um agradecimento ao @codepo8).
Roubei boas histórias, roubamos também o @substack para sair para beber com a gente na madrugada (Detalhe: o vôo dele era 6 da manhã).
Consegui conhecer pessoalmente a Ju Gonçalves. Mas mano ela é um amor de pessoa <3 Que garota incrível, com um conhecimento incrível.
Abaixo eu, Ju e o @soapdog. Unimos nossas forças para virar superfolks.
Gastei um tempo incrível conversando com o Sebastian sobre Babel, AST e a vida dele no Facebook. Ainda impliquei com ele falando que meu sonho era ser o palestrante mais novo da história do braziljs, aí ele apareceu e estragou tudo (risos e mais risos, porque foi engraçado demais a reação dele).
Conversei com o Julián (Tony Stark do JavaScript) e com o Damian (Auth0). Os cara são muito gente fina. Fiquei perplexo quando o Julian falou bem da minha palestra na própria palestra dele (lágrimas escorreram hehe).
Conheci também o Felipe Ribeiro do Spotify que é um cara super gente boa. Queria destacar uma das amizades em especial que fiz no evento: Fernando Miçalli (onde tive que fazer uma campanha para que ele criasse uma conta no twitter). O cara manja dos paranauê. Conversamos sobre tanta coisa que é difícil listar aqui e infelizmente não batemos uma foto, vai ficar pra quando eu visita-lo em Sampa.
Fechando com chave de ouro as coisas boas do evento, consegui ser sem vergonha o suficiente para bater um selfie pré palestra.
Desafios p/ antes de morrer:
Tirar um selfie pré palestra no #braziljs: Checked
A galera foi um amor <3 pic.twitter.com/EerNDascHK
— Raphael Amorim (@raphamundi) August 22, 2015
Se jogar numa balança: o BraziljJs foi incrível e é apenas isso.